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The Universim deixou uma civilização inteira a gritar «Oh! Meu Deus!»

The Universim
The Universim

Com a versão 1.0 lançada a 22 de janeiro, The Universim prova que até os deuses dos videojogos são imperfeitos, mesmo sendo divertidos.

Sinopse de The Universim

The Universim é um god game em que assumes o controlo de uma civilização que tens de ajudar a evoluir desde a Idade da Pedra até à Era Espacial. Aqui, não tens um planeta à tua disposição — tens o universo inteiro.

The Universim foi lançado em acesso antecipado em agosto de 2018, mas a Crytivo disponibilizou a versão 1.0 no passado dia 22 de janeiro.

O universo à nossa disposição.

Análise de The Universim

Quando um jogo do género god game é bem executado, costuma atrair uma comunidade fiel de fãs, vejam-se os casos do intemporal Populous, do surpreendente WorldBox – God Simulator, do rei do género Spore e, agora, The Universim. Todos estes jogos são divertidos porque, geralmente, dão-nos liberdade para redefinirmos a história do mundo, e todos, também geralmente, incluem os seus problemas. Mais uma vez, The Universim não escapa à regra.

Num resumo muito curto desta análise, posso relatar que me diverti bastante com o humor e com as mecânicas do jogo, mas a lentidão na progressão e os problemas de desempenho impediram-me de afundar horas sem fim neste título.

Deus para o bem e para o mal.

História de The Universim

A premissa de The Universim, embora profunda, é simples: somos uma divindade criadora, cuja função é ajudar a nossa civilização a dominar o universo.

A acompanhar o progresso do jogo há um narrador que, por sua vez, nos vai orientando. Embora tenha adorado a voz do senhor e os seus monólogos sejam engraçados, o sentimento que surtiram em mim foi idêntico ao da minha namorada após anos de relação — adoro-te, mas já não te consigo ouvir mais.

Casal vai jantar fora após 10 anos de namoro.

Jogabilidade de The Universim

Neste tipo de jogos, a jogabilidade tende a ser bastante relevante. Veja-se o caso de Similand, que o Central Comics analisou há uns tempos — os gráficos mal chegam ao nível de um jogo arcade dos anos 80, mas o loop é divertido e faz-nos querer sempre jogar mais um bocadinho. Todavia, nesse caso, a nossa intervenção na evolução do mundo era muito mais distante e impessoal.

Em The Universim, somos responsáveis pela construção de vários edifícios centrais, como linhas de produção e sistemas de defesa, enquanto as habitações, os edifícios religiosos e uns quantos outros são de geração automática, criando uma mecânica mista que causou alguma confusão na comunidade. Quanto a mim, sem a adorar, encarei-a como um desafio e acabei por me divertir, ressuscitando o espírito a que recorria quando saía à noite e algum amigo próximo me pedia para ser seu wingman e tentar engatar a amiga menos gira da miúda de quem ele gostava.

Também contamos com poderes divinos para influenciar diretamente o desfecho de algumas ocorrências, como ataques de animais ou incêndios. Estes poderes requerem poder divino, que acumulamos à medida que vamos ganhando seguidores.

O universo em si também é orgânico e não está estático. Podemos destruir o nosso mundo com poluição, caso não tenhamos cuidado. Também existem outras tribos com as quais temos de interagir, e até alienígenas que querem fazer trocas comerciais connosco… quando não estão ocupados a enfiar sondas anais nos nossos nuggets (os nossos seres).

Tudo isto vai progredindo à medida que vamos avançando na nossa pesquisa científica, que ilustra na perfeição um dos meus maiores problemas com o jogo: a progressão é dolorosamente lenta.

No geral, The Universim é um título muito divertido e tem o potencial de nos prender dezenas de horas ao ecrã, mas está longe de ser uma criação perfeita.

Um caminho moroso a percorrer.

Gráficos e som de The Universim

Embora não seja, para mim, um aspeto tão crucial como a jogabilidade, os gráficos e o som também podem assumir um papel central neste género. Em The Universim, os gráficos e as animações acompanham o tema na perfeição e acrescentam algum brilho a um título que entretém, mas que não deixa de precisar da ajuda.

O som segue a mesma doutrina, com uma música mais do que adequada à disposição mental exigida. Os sons e a voz do narrador também complementam bem os salpicos de humor que dão personalidade ao jogo.

Gráficos bonitos.

Postas de pescada e um par de botas

Em suma, joguei um jogo completo e divertido, mas que, tal como os deuses da realidade, tem alguma dificuldade em esconder os defeitos inerentes a algo criado por meros seres humanos, nomeadamente, a lentidão da progressão e alguns problemas de desempenho em situações que pouco o justificam.

Ainda assim, recomendo o jogo a todos, mas especialmente a fãs do género god game, que certamente conseguirão espremer mais algumas horas de entretenimento que o habitual.

+++

Diversidade, humor e gráficos.

Progressão lenta e problemas de desempenho.

Divertido, mas, por vezes, o progresso lento faz-nos cair para o lado.

Classificação: 7/10

Sem considerar o preço (o que faço sempre no que toca à classificação), colocaria a qualidade de The Universim a meio caminho entre Similand e Spore. Visto que ambos estão muito bem na minha consideração, concluo simplesmente que The Universim é um jogo muito bom.

The Universim está disponível por 27,99 € no Steam.

Para terminar, fica a dica indispensável: espero que o Chuck Norris nunca jogue a este jogo, ou a equipa de desenvolvimento da Crytivo mete-se em sarilhos.

Plataforma testada: PC

Gameplay de The Universim:

Trailer de The Universim:

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