Gori: Cuddly Carnage – Aventuras fofinhas e sangrentas
Gori: Cuddly Carnage destaca-se pela sua premissa absurdamente original e pela sua audácia.
Jogo: Gori: Cuddly Carnage
Disponibilidade: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series
Plataforma testada: Nintendo Switch e PlayStation 5
Estúdio: Angry Demon Studio
Editora: Wired Productions Ltd
Vou tentar vender Gori: Cuddly Carnage num parágrafo: o jogo é uma mistura selvagem de combate hiper-violento, humor satírico e visuais neon vibrantes, com um gato adorável que se desloca numa hoverboard. Se esta descrição não captar a atenção do leitor, então espero que o jogo o faça por si mesmo.
Gori: Cuddly Carnage passa-se num futuro distópico onde brinquedos inteligentes, concebidos para serem fofos e acolhedores, transformaram-se em abominações horríveis e sanguinárias. Entra Gori, um gato geneticamente modificado com uma paixão por fatiar tudo o que mexe. Acompanhado pelos seus companheiros de IA, F.R.A.N.K. (uma hoverboard sarcástica) e CH1-P (um drone cheio de personalidade), Gori embarca numa missão para sobreviver e destruir estas criaturas monstruosas num mundo explosivamente colorido. A narrativa do jogo é irreverente e autoconsciente, equilibrando a ultraviolência com um humor que faz troça dos clichés do género. Embora a história em si não seja particularmente inovadora, a escrita afiada e as conversas espirituosas entre Gori e os seus companheiros de IA conferem um charme especial ao caos.
O combate é o ponto forte de Cuddly Carnage. Gori perfura hordas de inimigos enquanto se desloca na sua hoverboard, tornando cada batalha num espetáculo de velocidade e adrenalina. A combinação de ataques corpo-a-corpo com manobras acrobáticas dá ao jogo uma fluidez que é simultaneamente satisfatória e caótica. À medida que se avança, desbloqueiam-se novas habilidades e melhorias, permitindo a Gori executar combinações mais devastadoras e alargando o leque de destruição.
Confesso que penso que o uso da hoverboard adiciona uma reviravolta única ao combate. Não só permite realizar truques e saltos para evitar ataques, como também se torna uma parte integral da batalha, com cortes e acrobacias a fundirem-se de forma fluida.
A direção artística de Gori: Cuddly Carnage é tão divertida quanto grotesca. O mundo está imerso em luzes neon, com cenários brilhantes e aspeto cartoon que contrastam fortemente com a carnificina que vais causar. Os inimigos — versões distorcidas de brinquedos outrora inocentes — são grotescamente imaginativos, desde unicórnios monstruosos a ursos de peluche zombificados. É como entrar num desenho animado de sábado de manhã, criado por um lunático.
O sangue e a violência são exagerados ao nível da comédia, deixando claro que a violência é mais absurda do que chocante. Os visuais estilizados e a violência exagerada garantem que o gore seja mais humorístico do que desconfortável, resultando num equilíbrio perfeito entre o cartunesco e o grotesco.
A banda sonora, influenciada por sintetizadores, combina na perfeição com a estética futurista do jogo. A música intensifica-se durante os combates, empurrando o ritmo frenético para a frente, e recua para tons mais leves nos momentos de exploração.
As atuações vocais também merecem destaque, especialmente os diálogos entre Gori, F.R.A.N.K. e CH1-P. As performances injetam muita personalidade nas personagens, com piadas rápidas e trocas constantes que mantêm o tom leve, mesmo quando a ação atinge o seu pico mais sangrento. As tiradas sarcásticas de F.R.A.N.K. e os devaneios excêntricos de CH1-P acertam no ponto, sem nunca se sentirem forçados.
Gori: Cuddly Carnage é uma experiência peculiar e divertida que não se leva muito a sério — e é precisamente esse o seu maior encanto.
Nota: 8/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.