Cinema Português no 1º semestre de 2024
A produção portuguesa de cinema continua a chegar às salas de todo o país! Vejam aqui os filmes portugueses que vão estrear no primeiro semestre de 2024.
Os destaques
Entre os títulos mais antecipados encontra-se o biográfico Soares é Fixe, o perturbador A Semente do Mal ou o histórico Revolução (Sem) Sangue. Mas existem muitas mais obras que precisam de ser descobertas numa sala de cinema, como a estreia na ficção de Leonor Teles em Casa, ou A Flor do Buriti de João Salaviza.
Descubra algumas das estreias cinematográficas para os primeiros seis meses de 2024.
O Corno do Centeio
Um filme de Jaione Camborda, com Janet Novás, Siobhan Fernandes, Carla Rivas
Ilha de Arousa, 1971. Maria ganha a vida com a pesca do marisco. É também conhecida na ilha por ajudar outras mulheres no parto com especial dedicação e carinho. Um acontecimento imprevisto obriga-a a fugir e iniciar uma perigosa viagem que a fará lutar pela sobrevivência. Em busca da liberdade, Maria decide atravessar a fronteira por uma das rotas de contrabando entre a Galiza e Portugal.
Coprodução Espanha, Portugal, Bélgica
Estreou a 11 de janeiro
Via Norte
Apaixonado por automóveis, o realizador Paulo Carneiro percorre dois mil quilómetros para se encontrar com entusiastas da comunidade portuguesa no estrangeiro. Num universo pop e urbano, “Périphérique Nord” explora esta paixão partilhada e a liberdade que ela proporciona a estes desterrados que parecem finalmente encontrar (de novo) um território próprio.
Estreou a 11 de janeiro
Rosinha e Outros Bichos do Mato
Documentário de Marta Pessoa, com Binete Undonque, Paulo Pinto, Marta Pessoa
Em 1934, o Estado Novo apresenta-se ao mundo com uma Exposição Colonial onde o viril Império português exibe como símbolo máximo Rosinha, uma nativa guineense. “Rosinha e Outros Bichos do Mato” revisita este acontecimento para entender o que nele se construiu e como ainda hoje pode ecoar no pretenso “racismo suave” dos portugueses.
Estreia a 18 de janeiro
A Semente do Mal
Um filme de Gabriel Abrantes, com Carloto Cotta, Anabela Moreira, Alba Baptista, Brigette Lundy-Paine e Rita Blanco.
Edward e a sua namorada Riley embarcam numa viagem ao norte de Portugal para conhecera família há muito perdida de Edward. Ao chegar ao magnífico palacete na montanha,Edward fica encantado ao conhecer a sua mãe e irmão gémeo e ansioso por conectar comas suas origens. No entanto, nem tudo é o que parece, e Edward descobre em breve que está ligado a eles por um monstruoso segredo.
O Central Comics já o viu. Podes ler a critica aqui.
Estreia a 18 de janeiro.
Encontro
Um filme de François Manceaux, com Johan Heldenbergh, Isabel Otero, Dalila Carmo.
No telemóvel de Alain, um realizador belga na casa dos 50 anos, aparece uma imagem misteriosa. Reconhece Luísa, a atriz portuguesa que amou com paixão há sete anos, durante a rodagem de um filme inacabado. Atraído pela fotografia, percebida como um convite divino, deixa a sua casa na Bélgica e regressa a Lisboa para rever a atriz.
Uma vez na cidade, descobre que ela desapareceu e uma desconhecida oferece-lhe ajuda para a procurar. Começa assim uma viagem hipnótica, guiada pelo sonho do passado, pelo presente em Lisboa, e por um mundo imaginário em Cabo Verde, onde emerge a dualidade entre aquelas duas mulheres.
Coprodução França e Portugal
Estreia a 1 de fevereiro.
O Pior Homem de Londres
Um filme de Rodrigo Areias, Albano Jerónimo, Edward Ashley, Victoria Guerra, Scott Coffey, Christian Vadim, Carmen Chaplin, Simon Paisley Day, e Jean-François Balmer.
Inspirado em personagens históricas, “O Pior Homem de Londres” é um retrato do mundo dos pré-Rafaelitas, na era vitoriana. Artistas, como Dante Gabriel Rossetti, Algernon Charles Swinburne e Elizabeth Siddal, que viveram e criaram numa atmosfera de liberdade, vício e amoralidade, e o famoso crítico John Ruskin. Entre eles, Charles Augustus Howell – o pior homem de Londres.
Estreia a 8 de fevereiro.
Casa
Um filme de Leonor Teles, com Carolina Miragaia e Meghna Lall.
Esta é a história de duas jovens, e
que o tempo é subjectivo, ou até mesmo irrelevante, e leva-nos a refletir sobre o conceito de “casa”.
Passado, presente – e talvez futuro – entrelaçam-se num carrossel que acelera uma juventude em tumulto. A vida adulta, relacionamentos traumáticos e a carreira tornam-se avassaladores, numa história que começa quando L conhece K.
Estreia a 8 de fevereiro.
Amo-te Imenso
Um filme de Hermano Moreira, com Guilherme Gorski, Filipa Pinto e Júlia Palha
Em Lisboa, um tímido brasileiro e uma destemida portuguesa são assombrados por histórias do seu passado.
Coprodução Brasil e Portugal.
Estreia a 15 de fevereiro.
Soares é Fixe
Um filme de Sérgio Graciano, com Tonás Quito, Margarida Cardeal, Tiago Fernandes e Alexandre Carvalho.
O ponto central de “Soares é fixe” é a noite da segunda volta das eleições presidenciais de 1986, na qual Mário Soares venceria com o apoio da esquerda, contra Diogo Freitas do Amaral. A partir dessa noite eleitoral, o filme recua ao passado e relembra o percurso político e pessoal de Mário Soares, contando ainda com duas linhas narrativas de ficção, que ajudam a contar como era Portugal na década de 1980.
Estreia a 22 de fevereiro.
O Vento Assobiando nas Gruas
Um filme de Jeanne Waltz, com Rita Cabaço, Milton Lopes, Beatriz Batarda e Dinarte de Freitas.
Adaptação da obra da escritora algarvia Lídia Jorge.
A história passa-se no Algarve, nos finais dos anos 90, e segue Milene Leandro, uma jovem mulher que se vê abandonada, mas independente, com a morte da avó e com os tios de férias no estrangeiro. Os parentes que ignoraram Milene até agora devem decidir o que “fazer” com ela, mas acham que ela possa ter ideias próprias sobre o assunto, especialmente depois de conhecer o operário da construção civil Antonino, que faz parte de um clã muito mais caloroso que vive no terreno da fábrica de conservas fechada que outrora enriqueceu a sua própria família. Coprodução Portugal, Suiça.
Estreia a 29 de fevereiro.
Diálogos Depois do Fim
Um filme de Tiago Guedes, com Adriano Luz, Beatriz Maia, Isabel Abreu, Joana Ribeiro e Miguel Borges.
Diálogos escritos por Cesare Pavese, eloquentes e ao mesmo tempo sentenciosos e frágeis, mas inverossímeis, entre deuses humanizados, semi-deuses, heróis e outras figuras pagãs, que questionam, através do imaginário dos mitos gregos, a sociedade do homem contemporâneo. Fora de um dado tempo e espaço, e portanto, como os mitos, sempre actuais.
Estreia a 7 de março.
A Flor do Buriti
Documentário realizado por João Salaviza e Renée Nader Messora, com Francisco Hyjno Kraho, Ilda Pratpo Kraho e Luzia Cruwakwyj Kraho.
Através dos olhos de uma criança, Patpro percorre três períodos da história do seu povo indígena, no coração da floresta brasileira. Incansavelmente perseguidos, mas guiados por ritos ancestrais, pelo amor à natureza e pela luta pela preservação da liberdade, os Krahô não cessam de inventar novas formas de resistência.
Coprodução Brasil e Portugal.
Estreia a 21 de março.
Revolução (Sem) Sangue
Um filme de Rui Pedro Sousa com Helena Caldeira, Rui Pedro Silva, Lucas Dutra, São José Correia, João Arrais e Dinarte Branco.
Baseado em factos reais, “Revolução Sem Sangue” conta a história de quatro jovens que seguem as suas rotinas diárias num regime ditatorial. Embora não se conhecessem, o dia 25 de Abril de 1974 trouxe-lhes um destino comum. O dia que mudou o rumo do país ditou também o fim das suas vidas. Um golpe de Estado militar derrubou o Governo e a população foi incitada a permanecer em casa. No entanto, a ânsia pela liberdade levou-os, junto com a multidão, para as ruas. Esta é a história das suas vidas.
Estreia a 11 abril.
1506 – The Lisbon Genocide
Um filme de Luís ismael, com Rui Spranger, Carlos Sebastião, Bel Viana, Filipe Amorim, Anablea Nóbrega.
Na sequência dos filmes Sefarad e 1608, 1506 – The Lisbon Genocide é a nova parceria entre a Comunidade Israelita do Porto e a produtora Lightbox.
Poderia um simples reflexo de luz ter sido o rastilho de um dos genocídios mais horríveis ocorridos na Europa?
Em Portugal, os mitos que ligavam os judeus a actos ilícitos funcionavam como a faísca de uma fogueira pronta a incendiar-se.
A chama acendeu-se a 19 de abril de 1506 nas ruas de Lisboa.
Mais de três mil judeus foram assassinados num cenário de desumanidade inimaginável onde até bebés foram atirados às chamas.
O declínio do Grande Império Português estava apenas a começar.
1506 – The Lisbon Genocide tem estreia mundial agendada para 19 de abril, aguardando-se confirmação se o filme chega às salas de cinema portuguesas ou se fica apenas disponível nas plataformas de streaming.
(Para Agosto está agendada a estreia de outro filme realizado por Luís Ismael, a nova parte da saga Balas&Bolinhos).
Cândido – O Espião que Veio do Futebol
A vida de Cândido de Oliveira, jornalista, fundador do jornal “A Bola”, selecionador nacional de futebol, espião e preso político, deu origem a um filme protagonizado por Tomás Alves, e com Teresa Tavares, Filipe Vargas, Carloto Cotta, Jorge Corrula, João Didlet, Miguel Borges, Margarida Moreira, Mariana Monteiro, Lourenço Ortigão e Francisco Froes. A realização é de Jorge Paixão da Costa.
Nos cinemas a 9 de maio.
O Teu Rosto Será o Último
Rita Durão, Nuno Nunes, Ana Cunha, Madalena Aragão, Vicente Wallenstein, Teresa Madruga, Pompeu José num filme realizado por Luís Filipe Rocha.
A história acompanha três fases da vida de uma personagem – Duarte, um “menino-prodígio” -, da infância à idade adulta. Coma narrativa a registar vários momentos da história recente de Portugal, incluindo o período da guerra colonial e da revolução de Abril de 1974.
Nos cinemas a 6 de junho.
Mataram o Pianista
Um musical de animação realizado por Fernando Trueba e Javier Mariscal, com as vozes de Jeff Goldblum, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, João Gilberto e Paulo Moura.
Um jornalista de Nova York inicia uma investigação para descobrir a verdade por detrás do trágico e misterioso desaparecimento do jovem virtuoso do piano brasileiro Tenório Jr., originando uma viagem narrativa que comemora a época da Bossa Nova brasileira e a liberdade criativa que caracterizou a raiz deste movimento, tendo como pano de fundo a contrastante brutalidade dos regimes ditatoriais que, nos anos 60 e 70, emergem na América Latina.
Coprodução França, Holanda, Perú, Espanha e Portugal
Estreia a 27 de junho.
A aguardar data de estreia:
Chuva de Verão
Um filme de António Mantas Moura, com Inês Aguiar, Filipe Amorim, Duarte Melo, Alice Ruiz, João Pedro Dantas, Índia Branquinho, Francisco Faria e Paula de Magalhães.
E quando a chuva cai, acabou.
Sete amigos de infância, na casa dos vinte e poucos anos, honram a sua tradição de verão e passam uma semana numa vila à beira-mar, onde terão que confrontar as memórias dum passado complicado.
Clandestina
Um documentário de Maria Mire, com Kim Ostrowskij, Rafael Costa, Salomé Saltão, Joana Levi e Ciço Silveira.
“Clandestina” é um filme sobre Margarida Tengarrinha, artista, escritora, professora que antes do 25 de abril viveu clandestina em Portugal e que se tornou falsificadora de documentos por motivos de militância política.
As datas de estreia são da responsabilidade das distribuidoras dos filmes, podendo sofrer alterações.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.