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Cinema: Crítica – Borderlands

De vez em quando, e agora com mais frequência, Hollywood lembra-se em adaptar um videojogo popular para o grande ecrã, numa tentativa de condensar centenas de horas de história e lore, numa experiência de duas horas. É um feito que tem tido resultados mistos, e que já acontece há décadas. Enquanto que Mortal Kombat – Combate Mortal (1995) é hoje considerado um clássico de culto, ao lado do irreverente Street Fighter – A Batalha Final (1994), com todas as suas histórias loucas durante as filmagens; adaptações modernas como Tomb Raider (2018), Monster Hunter (2020) e Sonic (2020 e 2022), têm demonstrado um foco mais tecnológico do que propriamente narrativo. Felizmente, nos serviços de streaming, as séries Arcane (Netflix) e Fallout (Amazon Prime Video) são receptoras de aplauso universal, o que pode revelar desde já onde o cinema falha. No meio disto, chega agora ao grande ecrã Borderlands, um filme que promete tanto caos quanto a sua contra-parte virtual.

Acompanhamos Lilith (Cate Blanchett), uma caçadora de recompensas que recebe a missão da sua vida, em buscar a filha de um empresário rico, Atlas (Edgar Ramírez), que está no mítico planeta Pandora. Durante a missão, esta conhece Tiny Tina (Ariana Greenblatt), uma expert em demolição, forçando a juntar-se a uma equipa com Roland (Kevin Hart), Krieg (Florian Munteanu), a Dra. Patricia Tannis (Jamie Lee Curtis) e o fala-barato Claptrap (a voz de Jack Black), numa missão que lhes leva aos confins do planeta misterioso.

Baseado em parte no primeiro jogo da série, a narrativa integrada na fórmula tradicional encaixa-se de uma forma algo natural, com o restante caos a desenrolar-se em momentos chave, tornando toda a experiência numa verdadeira montanha russa, com algumas cena de acção emocionantes e que irão deixar qualquer fã do jogo satisfeito. No entanto, o maior problema reside na velocidade em que toda a história é exposta ao espectador, sobretudo os mais casuais que nunca pegaram no videojogo, que facilmente poderão perder o fio à meada; merecendo muito melhor, considerando o universo rico de Borderlands. Acontece que Eli Roth também entra em piloto automático na realização, conseguindo retratar tudo aquilo que Borderlands representa, mas a um ritmo frenético, o que nem sempre calha em seu favor.

No fim, Borderlands não será mais memorável que tantas outras adaptações de videojogos, prosseguindo um caminho sem grande originalidade, para além do seu leque de personagens peculiares, resultando numa obra que tem tanto de caótico como de superficial. Com tanto que este universo poderia oferecer, uma série talvez teria resultado melhor, oferecendo tempo para desenvolver o mundo e as múltiplas personagem que são queridos aos fãs, e poderia ter suscitado mais curiosidade a outros a experimentarem os videojogos. Assim, fica difícil contentar com o mínimo dos mínimos.

Nota Final: 4/10

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