Análise: Napoleão, Vol. 1 | Grandes Figuras da História
Napoleão, Vol. 1 marca o regresso da coleção de banda desenhada, “Grandes Figuras da História”, que a Gradiva tem trazido para as livrarias portuguesas.
Napoleão, vol. 1
Como pôde um pequeno militar corso tornar-se NAPOLEÃO I, imperador dos Franceses, entre 1804 e 1815? Sucessivamente general, cônsul e imperador, este ambicioso filho do Ancien Regime, formado na República, foi um reformador sem tempo a perder, o fundador do Estado moderno e o génio militar que subjugou, durante algum tempo, as monarquias europeias. Este primeiro volume centrado no período 1793-1799 acompanha a ascensão do jovem general e as suas primeiras campanhas militares, desde a tomada de Toulon à campanha de Itália e ao seu regresso do Egito.
Para quem for fã da história de Napoleão, tem aqui garantido um excelente álbum de altíssima qualidade.
Como poderão ver mais abaixo numa pequena síntese sobre os autores, os dados históricos não poderiam estar melhor representados, e o artista que desenha é mesmo muito bom, aqui acompanhado por uma coloração exímia de Alessia Nocera com destaque para os vermelhos e azuis magistrais. Com efeito penso que quando terminar os três álbuns sobre esta figura histórica que a Gradiva pretende editar, terei sem sombra de dúvida um conhecimento bem generoso sobre quem foi e o que representou Napoleão na História, de uma forma muito mais competente do que Ridley Scott conseguiu fazer no seu filme de 2023 que ficou muitíssimo curto e inconsistente.
Num verdadeiro estilo Franco-Belga apesar de Fiorentino ser italiano e provir dos fumetti, o seu desenho ultrarrealista enche as medidas da grandiosidade que era requerida para esta obra. Desde os cenários, armas, ambiente, pessoas, expressões, batalhas, barcos, cavalos, etc. não há muitos defeitos a apontar.
Como já tem sido evidente nesta coleção e noutros álbuns anteriores de outras figuras históricas, recomenda- se um conhecimento prévio sobre Napoleão e as suas conquistas, na medida em que a forma como entra a informação, poderá ser algo confusa para quem estiver a procurar esta bd como um livro de história.
Desfrutará muito mais, o leitor que tiver essa bagagem consigo para se poder deliciar mais com o aspeto visual desta obra na medida em que vai encontrando as referências históricas adjacentes.
A Gradiva escolheu e apostou bem nesta coleção que no seu grande formato clássico Franco-Belga fará uma bela prateleira de um colecionador fervoroso deste tipo de banda desenhada.
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Os autores:
Jean Tulard
Presidente da Académie des sciences morales et politiques, Jean Tulard é um académico e historiador francês especializado em Napoleão I e na era napoleónica, bem como na história do cinema. Colaborou, sozinho ou como editor, em mais de cinquenta obras e foi várias vezes condecorado pelo seu trabalho.
Noël Simsolo
nascido em 31 de agosto de 1944 em Périgueux, é realizador de cinema, actor, argumentista, historiador de cinema e romancista francês. É autor de três aventuras de Le Poulpe, da série Edgar Flanders. Em 2004, escreve o argumento de Ne touchez à rien, a sua primeira incursão na banda desenhada.
Desejoso de voltar a trabalhar em conjunto, propôs a Bézian um universo que ambos adoravam, o ambiente de suspense e fantasia dos anos 20, baseado numa série radiofónica que tinha escrito para a France Culture nos anos 90, Docteur Radar, cujo primeiro volume foi publicado em 2014.
Desde então, tem trabalhado em vários projectos para a Glénat, concentrando-se em particular em thrillers em colaboração com Dominique Hé: Les Miroirs du crime, Mémoires de Marie-Antoinette, 1789…
Saint-Just, biografias dedicadas a grandes figuras do cinema como Sacha Guitry ou, na coleção “9 ½” que co-edita: Sergio Leone, Jean Gabin, Orson Welles ou Alfred Hitchcock – Le Maitre de l’angoisse! Em 2023, o livro foi seleccionado para os prestigiados Eisner Awards na categoria “Melhor Adaptação de uma História Verdadeira”. Em 2022, iniciou a série Du Côté de l’Enfer. Actualmente, está a trabalhar num novo projecto com Dominique Hé para a Glénat.
Fabrizio Fiorentino
é um artista italiano nascido em Torre del Greco, perto de Nápoles. Formado na Escola de Arte de Nápoles e na Academia de Belas Artes, tornou-se conhecido em 1994 com os fumetti Dick Damon (Fénix). Em 2001, mudou-se para os Estados Unidos para trabalhar para a CrossGen. Regressou a Itália em 2003, onde trabalha regularmente com a Marvel comics (Spider-man) e DC comics (Batman, Catwoman, etc.).
