Jogos: Yars Rising – Análise
Yars Rising transforma com sucesso um clássico shooter da Atari num metroidvania, ampliando a experiência para um novo público—e funciona de forma brilhante.
Jogo: Yars Rising
Disponibilidade: Nintendo Switch, PC, Xbox One, Xbox Series, PlayStation 4, PlayStation 5
Plataforma testada: Nintendo Switch
Estúdio: WayFoward
Editora: Atari
Em termos de história, nesta aventura seguimos Emi, uma jovem hacker determinada que trabalha para a obscura megacorporação QoTech. Quando a empresa bloqueia o edifício devido a um plano sinistro, Emi deve escapar e impedir os seus planos maléficos.
No entanto, é no gameplay que o jogo se destaca, já que se divide em duas partes distintas. A primeira é a componente de metroidvania, com uma forte semelhança a Metroid, onde há corredores labirínticos e uma variedade de obstáculos e inimigos. Os movimentos de Emi incluem correr, saltar e disparar, e ao longo do jogo desbloqueia novas habilidades, como saltar pelas paredes e disparar raios de energia. Estas melhorias mantêm a jogabilidade interessante e variada. Os combates contra bosses e inimigos são desafiantes, mas justos, e os pontos de salvamento frequentes ajudam a evitar frustrações com o retrocesso.
A segunda parte envolve uma série de minijogos inspirados no clássico Yars’ Revenge. Estes desafios de estilo retro aparecem ao longo do jogo, exigindo que Emi hackeie sistemas ou desbloqueie portas. Embora possam ser complicados, são uma forma divertida de alternar entre as secções de plataformas. Para os jogadores que têm dificuldades, o jogo oferece opções de assistência após várias tentativas falhadas, tornando a experiência mais acessível.
Visualmente, Yars Rising impressiona com um visual 2D que parece 3D, graças ao uso inteligente de profundidade e perspetiva. Emi pode utilizar espaços de fundo para esquivar inimigos, e o design geral acrescenta profundidade tanto à jogabilidade como à narrativa. Os diálogos são rápidos e cheios de humor, com Emi e os seus aliados a trocarem piadas enquanto a ajudam a superar a segurança do edifício. Embora algumas piadas possam parecer um pouco forçadas, acrescentam charme aos personagens.
O design de som é outro ponto forte, com excelentes atuações de voz e uma banda sonora energética de sintetizadores que parece a playlist pessoal de Emi. Os títulos das músicas até aparecem no ecrã, como se ela estivesse a ouvir música enquanto foge, reforçando o ambiente tecnológico do jogo.
No entanto, o jogo não é isento de falhas. Os ecrãs de carregamento, embora curtos, interrompem o ritmo com demasiada frequência. Não são longos o suficiente para se tornarem frustrantes, mas sentem-se desnecessários, especialmente quando se atravessam secções rapidamente nas fases mais avançadas do jogo.
Em suma, Yars Rising é um jogo de plataformas bem executado, que combina quebra-cabeças envolventes, mecânicas de disparo sólidas e minijogos nostálgicos inspirados na Atari. A sua narrativa rápida, personagens distintas e diálogos afiados fazem dele um destaque, apesar de alguns pequenos problemas.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.