Análise BD: Ghosted, de Joshua Williamson e Goran Sudzuka

Quem não gosta de fantasmas? De certeza que já assistiram aos filmes Ghostbusters, ou Casper, na nossa infância. Ou até mesmo Arrepios, de R. L. Stine, com os seus livros (infantis?) assustadores.

Considero que não é fácil fazer BD de terror. Não é a mesma sensação de estar a assistir a um filme de terror, numa sala escura, com a manta quentinha nas pernas. E com aquela pipoca que fica suspensa na nossa mão durante alguns segundos, à espera do próximo susto.

Na minha modesta opinião, penso que o segredo está na arte, assim como nas cores. Infidel, de Pornsak Pichetshote, é uma das melhores BDs que já li do género, e que transmite muito bem essa sensação de “terror”. Desenho “grotesco”, com uma paleta de cores mais escura. Convido-vos a ler essa obra, considerada como uma das melhores histórias de terror.

Será que Ghosted segue o mesmo caminho? Vamos a uma curta análise, para ficarem a saber a minha opinião.

Eis que surge Ghosted, com argumento de Joshua Williamson (Captain Midnight) e arte de Goran Sudzuka (Y: O Último Homem).

Winters, um criminoso que se encontra preso por um tentativa de roubo, é libertado por um homem rico, que precisa muito do seu auxílio para um trabalho: capturar um fantasma de uma casa assombrada. Algo bem diferente do que Winters estava habituado a fazer…

A troco de muito dinheiro, e uma casa numa ilha paradisíaca, Winters decide reunir uma equipa, cada um com “habilidades específicas”, para ajudá-lo neste trabalho: uma equipa de filmagens de atividade paranormal, uma senhora que consegue falar e sentir a presença de espíritos ao seu redor, um mágico, um “faz-tudo”, e ainda outra pessoa encarregue das armas de fogo, sempre pronta para ação sempre que solicitada.

Que adianta armas de fogo numa casa assombrada?

Toda a trama decorre dentro da mansão, com várias tentativas de captura do fantasma, com algumas mortes violentas pelo meio, e revelações do passado de Winters (que poderá não ser um simples “criminoso”).

O argumento não é brilhante, confesso.

Não consegui ter afeição por nenhum dos membros da equipa de Winters. As personagens são muito pouco desenvolvidas ao longo da BD, com breves flashbacks sobre o seu passado. É uma premissa muito simples, mas duvido que fosse possível fazer melhor. Quanto à arte, considero estar ao mesmo nível do argumento. Mas falha, principalmente, no que Infidel conseguiu brilhar: um desenho com um ar mais “assustador”.

Se são fãs de histórias fantasmagóricas, esta BD será para vocês. Caso contrário, será daquelas que são lidas e ficam esquecidas num canto das vossas estantes. Quando faço muitas pausas na leitura de uma BD, significa que alguma coisa falhou.