BD Análise: Spider-Man: Life Story
Quantas vezes já vimos, seja em filmes ou em novas bandas desenhadas do aranhiço, flashbacks da sua origem? A tão marcante morte de Tio Ben (e o que isso implicou para o futuro de Peter), ou até a morte de Gwen Stacy? E se tivéssemos uma BD que, em apenas uma edição, percorresse toda a história do aranhiço até ao dia da sua morte?
Eis então que surge Life Story, com o argumento de Chip Zdarsky (Sex Criminals, Daredevil, Batman), e com o desenho inconfundível de Mark Bagley, que tanto contribuiu nas últimas décadas em muitas fases do nosso simpático e vizinho amigo Homem-Aranha.
Chip Zdarsky é um dos argumentistas do momento. Ganhou ainda mais popularidade depois do seu Daredevil, com a fantástica arte de Marco Chechetto. E verdade seja dita: depois de fases do DD escritas por Bendis, Brubaker, Waid (com um tom bem diferente), ou até mesmo Charles Soule, a fasquia seria elevada. E Chip conseguiu. Por isso, depois do anúncio deste Life Story, a internet ficou ao reboliço: seria esta uma BD que iria fazer jus aos 60 anos de existência do aranhiço?
(Pequenos spoilers!)
Vamos então ao conteúdo propriamente dito: tudo começa em 1960, com a primeira aparição do aranhiço. Nesta fase, surge o primeiro embate do Homem-Aranha com o Duende Verde (que sabia a sua identidade).
Nos anos 70, temos um arco baseado na “Conspiração dos Clones”, com Gwen Stacy a ter um papel importante ao longo desta história.
Já nos anos 80, temos um arco que faz referência ao tão adorado “A Última Caçada de Kraven”.
Nos anos 2000, que é uma das minhas fases preferidas do Homem-Aranha, a história decorre com o grande vilão Morlun (que bem sabemos as dores de cabeça que deu ao nosso Peter, com as publicações da Devir há mais de 20 anos), e também o arco “Guerra Civil” que, se alguns bem se recordam, fez com que Peter decidisse revelar a sua identidade secreta. Confesso que estava com receio do Chip não conseguir elaborar um bom argumento para esta fase, depois de tanta polémica na fase final escrita por Strackzinsky (vale a pena falarmos sobre isso?), mas passou em revista os momentos mais importantes.
Por último, temos um arco que faz referência a The Superior Spider-Man (originalmente escrito por Dan Slott), assim como o aparecimento de Miles Morales.
Ou seja, esta BD foi estruturada por décadas, com os momentos preferidos dos fãs. E conseguir resumir tudo isto, em pouco mais de 200 páginas, é um feito extraordinário. Sempre com o efeito nostálgico da arte de Mark Bagley, que conheci, pela primeira fase, em Ultimate Homem-Aranha (pré Miles Morales).
Mark Bagley já é um senhor com a sua idade mas, com as técnicas de pintura atuais, e digitalização de desenho, a sua arte tem um aspeto “moderno” nesta BD.
Considero, por isso, uma BD obrigatória para qualquer fã (ou não) do nosso simpático e vizinho amigo Homem-Aranha.
Argumento: 4/5
Arte: 4/5
Cores: 5/5
Pontuação Goodreads: 4.21 / 5.386 avaliações
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