BD: Batwoman – e os autores com a mania que são estrelas? (Parte 3) O PAPEL DO EDITOR
O papel do editor passa por coordenar várias equipas criativas, várias histórias, eventos (actuais e futuros) e vários egos (dos autores). Naturalmente vão existir contrariedades para todas as equipas criativas e nem todas vão poder fazer o que querem, mas é esse o meio em que escolheram para trabalhar.[fbshare]
N.E.: Esta é a terceira parte da crónica Batwoman – e os autores com a mania que são estrelas? Para leres a primeira parte, clica aqui. E para leres a segunda basta seguir o link por baixo da crónica 1.
Uma das queixas desta equipa criativa é que não pôde contar a história do Killer Croc conforme tinha planeado. Esta personagem já tinha aparecido alguma vezes, logo é natural que J.H. Williams III e W. Haden Blackman tivessem planos para ela: mas esta equipa criativa era a única que tinha planos para esta personagem?
Será que a visão deles para a personagem não era contraditora com a visão da editora e de outros autores para esta mesma personagem?
Saliento que na Previews de Outubro (a sair brevemente) o título FOREVER EVIL: ARKHAM WAR #3 antecipa uma luta entre Killer Croc e Bane!Pois é Williams e Haden não são os únicos a achar que o Croc deve aparecer em páginas de BD.Vejam a capa aqui do lado direito. |
O que J.H. Williams III e W. Haden Blackman fizeram é comum.
Volta e meia algum artista acha que está a ser pressionado, limitado ou injustiçado e resolve expor isso na sua rede social preferida, sabendo muito bem que a exposição e apoio que vai receber será muito superior ao apoio que a sua editora vai ter. Acho que não preciso alongar-me muito neste argumento: já todos vimos um escritor a rebelar-se contra o seu editor e de repente a Internet está toda do seu lado, sem ninguém se dar ao trabalho de pensar com a sua própria cabeça se o editor tinha ou não razão para tomar a decisão que tomou.
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Do meu ponto de vista não se deve ser juiz e executor dos outros sem lhes dar oportunidade de expor os seus argumentos e de se defenderem convenientemente.
A pior situação semelhante a esta que vi, foi com o I, Zombie em que o Chris Roberson afirmou que não volta a trabalhar para a DC ou Marvel. E vou aproveitar esse exemplo para apontar algo:
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As vendas dessa revista eram baixas e estavam a baixar todos os meses.
- Essa queda não se devia à qualidade superior desse título.
Mas é muito mais fácil bater a porta com estrondo e dizer que a culpa é dos outros e com isso, levar a opinião pública a acreditar em algo, sem que a outra parte se consiga defender convenientemente.
Pessoalmente detesto quando uma autor ou equipa criativa bate a porta num título e alega que o faz devido a “interferências criativas do editor”.
CONTINUA…
Nelson Vidal
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Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.