Cinema: Crítica – Jogo de Assassinos
Baseado no livro Gun Monkeys por Victor Gischler, eis que chega a adaptação para o grande ecrã, com Jogo de Assassinos, protagonizado por Pierce Brosnan e Morena Baccarin, com participação especial de James Caan, no que seria o seu último papel; realizado por Phillip Noyce (Salt)
Conhecemos Charlie Swift (Brosnan), um assassino e solucionador de problemas para Stan (Caan), o chefe da mafia local. Quando um mafioso rival intenciona tomar conta dos negócios de Stan, o banho de sangue acaba por fazer Charlie ir numa viagem de vingança, ao qual se junta com Marcie (Baccarin), a ex-mulher de uma das suas vítimas.
No meio de um Estados Unidos pantanoso, esta missão vingativa é aliada ao charme dos dois protagonistas, que a cada cinco minutos estão a recitar alguma frase cool, meramente para efeito cómico ou aparentar demonstrar que está ciente do tipo de filme que quer ser. Há algumas coisas para desempacotar em Jogo de Assassinos. Entre os vários diálogos, existe uma ponta de acção explosiva, como também uma dose de violência que nos vai deixando agarrados. É pena que tudo se sinta como uma gratuitidade medíocre, cuja existência não parece ser para além do cachet.
Brosnan, de algum modo, continua a oferecer o seu charme à-lá-James Bond, sem o sotaque britânico, claro. É um peso que continua a carregar há mais de duas décadas, e parece que o actor não se consegue livrar de encarnar papéis que utilizam as várias habilidades que aprendeu enquanto 007. Por outro lado, Baccarin, conta neste filme uma participação com mais impacto, considerando os projectos dos últimos anos. É mesmo Caan da qual sentimos mais tristeza, que merecia muito melhor que este filme como sua última participação.
Este misto de humor e acção nem sempre aterra da forma mais concisa, com um argumento escrito por Richard Wenk (Os Mercenários 2, The Equalizer – Sem Misericórdia), mas existem momentos de bom aproveitamento genuíno, num estado variável de reviravoltas e vingança a sangue frio, e piadas calculadas em alturas diversas, dando algum tipo de leveza charmosa. O seu ritmo relaxado, permite que as coisas não se tornem muito negras, mesmo nos seus pontos mais extremos, levando a uma mistura de sangue e risos um pouco estranha.
No fim, Jogo de Assassinos é um filme que poderá satisfazer pelo esforço mínimo que faz, não oferecendo grande coisa para além de uma obra de acção-comédia mediana, com um elenco melhor do que realmente merece.
Nota Final: 5/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.