Breachway: a dar cartas no espaço
O Central Comics embarcou em mais uma aventura espacial em Breachway, um deckbuilder que promete dar cartas.
Jogo: Breachway
Disponível para: PC (Steam)
Plataforma testada: PC
Estúdio: Edgeflow Studio
Editora: Hooded Horse
Sinopse de Breachway
Breachway é um deckbuilder roguelike de estratégia passado no espaço, em que nos cabe explorar a galáxia enquanto gerimos a nossa nave, combatemos inimigos e desvendamos mistérios siderais.
Breachway está a ser desenvolvido pela Edgeflow Studios e é distribuído pela Hooded Horse.
Análise TLDR de Breachway
Breachway é um título muito semelhante a alguns que já vi no passado, nomeadamente Lonestar e, como não podia deixar de mencionar, o avô deste género de roguelikes, FTL: Faster Than Light. Embora acrescente algumas mecânicas e algum sabor à experiência quando comparado com outros, não pude deixar de sentir que já tinha passado pela experiência e o impacto não foi o mesmo.
Não me interpretem mal. Para mim, Breachway é um jogo divertido e capaz de proporcionar boas horas de diversão, mas entre alguns bugs e a ausência do fator de novidade, não alcança o estatuto de melhor roguelike de ficção científica e, na minha tabela, FTL continua invicto, mesmo sendo o mais velhinho.
História de Breachway
Em Breachway, assumimos os comandos de uma nave espacial numa missão em nome da humanidade. Após detetarmos um estranho sinal nas profundezas do espaço, cabe-nos atravessar a galáxia para investigar o que se passa e tentar recolher riqueza. Pelo caminho, enfrentamos inimigos, gerimos relações com diversas fações e deparamo-nos com outras ocorrências que põem à prova a nossa competência estratégica.
Jogabilidade de Breachway
À primeira vista, um pouco ao estilo dos artigos de esclarecimento da Autoridade Tributária portuguesa que nos enviam num loop infinito a remeter para outros artigos de explicação, esta secção da análise quase que poderia consistir na frase: “Leiam a análise de Lonestar”. Porém, não seria uma análise honesta, já que Breachway acrescenta variedade às semelhanças notórias entre os dois jogos.
A base do jogo é relativamente comum aos deckbuilders roguelikes de combate por turnos. Começamos por escolher uma nave entre várias com estilos táticos próprios. Depois, temos de compor o nosso deck com ações que aplicamos durante os combates, sejam ataques, defesas ou outras utilidades. Para jogar as cartas, temos de gerir 3 tipos de pontos de ação da nave, gerados pelo gerador da nave. Sendo estes pontos limitados, temos de ter em conta os próximos passos que queremos dar e que o inimigo vai executar, obrigando a pensar em antecipação. Pelo seu lado, o inimigo também age segundo as cartas que lhe saem no deck e podemos ver dentro de quantos turnos as vai jogar.
Além do sistema de combate por turnos explicado acima, também temos de gerir a nossa nave, seja a melhorá-la com novos equipamentos ou a repará-la, assim como temos de gerir a nossa tripulação, nomeadamente em relação à sua moral, que determina quantos pontos de comando temos disponíveis para usar de forma a obter vantagens nos combates através de ações especiais de cada membro, como ganhar pontos de ação, intensificar ataques, defesas, etc.
A progressão decorre num mapa ao estilo de FTL, em que temos diversos caminhos possíveis, cada um com os seus desafios e recompensas. A progressão também envolve a gestão diplomática com as outras fações, em que o estado de relação com cada uma determina a sua agressividade para connosco.
No geral, a jogabilidade de Breachway é bastante divertida e oferece profundidade suficiente para explorar diversas opções estratégicas, o que acrescenta valor de repetibilidade ao jogo, sempre crucial num roguelike.
Gráficos e som de Breachway
Aqui, novamente, as semelhanças com outros títulos são evidentes com, mais uma vez, algumas melhorias.
Os gráficos de Breachway seguem um estilo artístico de animação com uma palete de cores vivas que proporcionam alguma imersão e agradam aos olhos.
O som segue a mesma linha e complementa a experiência com brio.
Postas de pescada e um par de botas
Breachway é um título que vale por si só e é muito divertido, mas, como podem perceber por esta análise, não me consegui distanciar o suficiente de outros títulos semelhantes, o que me incomodou um pouco e contribuiu para me saturar do jogo antes do que seria normal se nunca tivesse visto os mesmos elementos.
Recomendo sem hesitar, mas com a devida reserva de que há aqui muita coisa que já foi vista — chamemos-lhe o efeito Toni Carreira, já que o homem é um excelente, mas ficamos com muito melhor impressão dele se não ouvirmos as músicas todas de outros artistas que ele… pediu emprestado?
Paradoxalmente, considero Breachway um jogo superior a Lonestar, mas atribuo-lhe uma nota inferior por surgir depois, com demasiados elementos repetidos.
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Gráficos, som e jogabilidade.
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Falta de inovação e consequente saturação que isto causa.
Classificação: 7,5/10
Breachway estará disponível no Steam a partir do próximo dia 26 de setembro, com um preço previsto a rondar os 20,00 €.
Para terminar, fica a dica indispensável: o caminho nem sempre é para a frente, mas os atalhos podem custar caro, especialmente quando já os conhecemos.
Gameplay de Breachway:
Trailer de Breachway:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!