Pico Park 2: Ensaio sobre o caos

Mantendo a essência do seu antecessor, Pico Park 2 introduz novos puzzles, modos de jogo e obstáculos que desafiam tanto a tua paciência como as tuas amizades.

   

Jogo: Pico Park 2
Disponibilidade: Nintendo Switch, PC, Xbox One, Xbox Series
Plataforma testada: Nintendo Switch
Estúdio: TECOPARK
Editora: TECOPARK

Pico Park 2 gira em torno de puzzles de plataformas cooperativos onde até 10 jogadores trabalham juntos para resolver puzzles baseados em física e desbloquear o próximo nível. Os puzzles variam entre o aparentemente simples e o diabolicamente complexo, com cada nível a exigir comunicação perfeita e execução impecável. Em teoria, claro.

A verdadeira beleza de Pico Park 2 está em como abraça o caos. Quer estejas a empilhar-te sobre os outros para alcançar plataformas elevadas ou a sincronizar saltos para acionar interruptores, o design dos níveis empurra constantemente os jogadores a cooperar—muitas vezes com resultados hilariantes. Um pequeno erro, como um salto falhado ou uma caixa mal posicionada, pode levar toda a equipa ao fracasso. E é aí que Pico Park 2 brilha: transforma frustração em diversão.

Os novos níveis apresentam mecânicas intrigantes, como plataformas que alteram a gravidade, campos de teletransporte e puzzles que respondem a ações sincronizadas. Estas adições dão frescura à jogabilidade, mantendo os jogadores atentos enquanto se adaptam a desafios cada vez mais complexos.

No entanto, o maior triunfo de Pico Park 2 pode ser também a sua maior desvantagem. A dificuldade do jogo escala com o número de jogadores, e à medida que mais pessoas se juntam, a coordenação torna-se progressivamente mais difícil. Isto cria momentos de gargalhada, mas também significa que terminar um nível pode ser incrivelmente lento se a tua equipa não for coesa.

Uma das melhorias mais significativas em Pico Park 2 é a funcionalidade multijogador online aprimorada. O primeiro jogo era conhecido por problemas de conectividade, mas a sequela oferece uma experiência muito mais fluida. O jogo cruzado entre plataformas é uma adição bem-vinda, permitindo que amigos de diferentes consolas e dispositivos entrem na diversão.

Jogar com amigos no mesmo sofá ou através de chat de voz parece natural, mas o matchmaking aleatório é um tiro no escuro. Sem ferramentas de comunicação, pode ser difícil traçar estratégias com estranhos, e muitos desistem a meio do nível por frustração. Ainda assim, quando encontras um grupo comprometido, há uma sensação de triunfo coletivo que poucos jogos conseguem replicar.

Visualmente, Pico Park 2 mantém o charme minimalista do original. A arte em pixel simples e as cores vibrantes criam uma estética divertida, quase nostálgica, que combina perfeitamente com o tom do jogo. As personagens—pequenas figuras em forma de blocos—podem não ser os avatares mais detalhados, mas as suas animações expressivas, especialmente quando entram em pânico ou falham um salto, adicionam um toque de humor à experiência.

A banda sonora, embora limitada, é leve e alegre, proporcionando um ritmo animado que combina com o ritmo frenético da jogabilidade. Os efeitos sonoros, ainda que repetitivos por vezes, encaixam bem nas travessuras cómicas e nunca se tornam intrusivos.

Tal como o seu antecessor, Pico Park 2 destaca-se pela rejogabilidade. Com uma variedade de níveis e modos de jogo, vais continuar a voltar, quer seja para resolver os puzzles de forma mais eficiente, desafiar-te no modo “ataque ao tempo”, ou simplesmente causar o caos (de boa índole) com os amigos. Os modos competitivos recentemente adicionados oferecem outra camada de diversão, colocando os jogadores uns contra os outros em corridas ou desafios de sobrevivência.

Resta concluir que, Pico Park 2 é um jogo encantador, frustrante e incrivelmente divertido que brilha no caos da cooperação multijogador. Expande o conceito central do original com puzzles criativos, funcionalidades multijogador aprimoradas e mais formas de te envolveres no caos organizado.

Nota: 7/10