Jogos: Peglin – Análise
O cenário dos jogos indie sempre foi um terreno fértil para combinações criativas, e Peglin é um excelente exemplo dessa tendência.
Jogo: Peglin
Disponibilidade: Nintendo Switch, PC, Android
Plataforma testada: Nintendo Switch
Estúdio: Red Nexus Games
Editora: Red Nexus Games
No seu núcleo, Peglin combina elementos de dois géneros de jogos muito apreciados: a física satisfatória de saltos de esferas de Peggle e o desafio implacável de roguelikes como Slay the Spire. Jogas como Peglin, um pequeno goblin aventureiro encarregado de proteger o seu tesouro de inimigos cada vez mais poderosos. Para isso, lanças bolas contra um tabuleiro cheio de pinos, tentando criar combos de alto dano, buffs ou efeitos únicos para fortalecer os teus ataques.
Cada batalha desenrola-se num tabuleiro de pinos, e o objetivo é fazer com que as tuas bolinhas ricocheteiem em tantos pinos quanto possível para aumentar o dano ou ativar habilidades especiais. A aleatoriedade de cada ricochete traz uma deliciosa sensação de caos a cada jogada, tornando cada luta imprevisível e empolgante. No entanto, há estratégia suficiente envolvida para que nunca sintas que estás inteiramente à mercê do acaso.
O ciclo de jogabilidade é enganadoramente simples. Começas com um conjunto básico de bolas, e à medida que avanças, adquires novas bolas com diferentes efeitos e melhorias, enfrentando um elenco crescente de inimigos e chefes. Os tabuleiros são engenhosamente desenhados, e cada novo apresenta desafios frescos—desde layouts complicados a armadilhas ocultas que podem mudar o rumo da batalha num instante.
O aspeto roguelike é onde a verdadeira profundidade de Peglin se revela. Cada jogada parece distinta, graças às relíquias aleatórias, que oferecem melhorias passivas ou alteram a dinâmica do jogo. Podes encontrar uma relíquia que duplica o teu dano ao atingir um pino crítico ou uma que te cura sempre que limpas o tabuleiro.
O que realmente se destaca é a curva de progressão. No início, podes ter dificuldades em equilibrar ataque e defesa, mas à medida que experimentas sinergias entre bolinhas, relíquias e estratégia de alvo, evoluis gradualmente para um mestre no mundo deste simpático goblin. O jogo recompensa a paciência, a experimentação e o planeamento—algo que os fãs de roguelikes irão apreciar.
Visualmente, Peglin apresenta um estilo de arte colorido e divertido que complementa o seu tom leve. As animações são simples, mas polidas, com um feedback visual satisfatório sempre que a tua bolinha do momento acerta nos pinos. Cada ambiente—seja uma floresta sombria ou uma masmorra escura—tem a sua própria atmosfera distinta, o que acrescenta à sensação de progressão.
A música, embora por vezes repetitiva, é relaxante e encaixa no ambiente lúdico do jogo. Os efeitos sonoros, especialmente o tilintar dos pinos a serem atingidos, são incrivelmente satisfatórios e contribuem para o ciclo viciante de feedback do jogo.
Apesar de todos os seus encantos, Peglin tem algumas falhas. A natureza repetitiva da jogabilidade, embora viciante, pode começar a cansar após longas sessões. Embora o jogo ofereça diferentes bolas, relíquias e tipos de inimigos, as mecânicas principais não mudam muito de uma jogada para outra. Alguns jogadores podem sentir a necessidade de mais variedade nos layouts dos tabuleiros ou nos encontros com inimigos à medida que avançam nas fases mais tardias do jogo.
Além disso, apesar de ser acessível e divertido em pequenas doses, falta-lhe uma narrativa profunda ou uma história envolvente para te manteres investido além da jogabilidade imediata.
Resta concluir que, Peglin é uma combinação encantadora e peculiar de física de pachinko e estratégia roguelike que cria o seu próprio nicho único. É o jogo perfeito para a sensação de “só mais uma partida”, já que oferece um equilíbrio satisfatório entre sorte e habilidade, num pacote visualmente apelativo.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.
