Central Comics

Banda Desenhada, Cinema, Animação, TV, Videojogos

Jogos – Às vezes a ideia é boa… no papel! (Crónica)

Todos os dias surgem imensas ideias para videojogos, vindas de mentes brilhantes. No entanto, por vezes, pode existir a possibilidade de ideia surgir bem no papel, mas quando a transportamos para o mundo dos videojogos torna-se completamente irrelevante.

Hoje, para apoiar esta teoria que os apresento no primeiro parágrafo deste pequeno texto, vou falar-vos de quatro jogos que tinham potencial para serem bons jogos e com uma estrutura competente que trariam algo de novo aos jogadores, mas que, na realidade, acabaram por ficar muito aquém das expectativas.

Primeiramente, vou falar de Destructivator SE. Devo dizer-vos antes de mais que se trata de um jogo que podemos considerar até certo ponto um budget title, portanto, um jogo que tem um preço baixo e que acaba apenas por servir como alternativa a jogos mais caros. Porém isso não pode ser considerada uma desculpa para o desenvolvimento deste jogo.

Destructivator SE

Penso que a ideia dos desenvolvedores, quando criaram esta história sobre um planeta Terra a arder e o Destructivator pronto para tomar o lugar de Zallagor que tinha destruído o planeta, era a criação de um jogo de tiros simples e que qualquer um conseguiria pegar no momento e jogar. E isso está presente!

Mas, o que também temos é um jogo em que controlamos uma personagem que sobe degraus num fato verde, que mata tudo o que lhe aparece à frente sem um motivo em especial além de reclamar um lugar que está vago. Além disso, mesmo existindo apenas 6 missões, existem vários cenários pelos quais podemos jogar…mesmo que os cenários sejam praticamente iguais uns aos outros e, quando existe alguma diferença, é de tal maneira mínima que não sabemos se queremos continuar a jogar.

Estamos então presentes num jogo que surgiria como uma alternativa aos jogos mais caros, mas, ao mesmo tempo torna-se tão aborrecido que acaba por ser uma perda de dinheiro e tempo. (Nota: 2/10)

Destructivator SE

Noutro género completamente diferente, temos The Lightbringer, um jogo de aventura e puzzle num belo mundo corrompido. Onde é que já vimos essa temática mais do que uma vez? Em demasiados jogos como seria de esperar.

The Lightbringer

A ideia original é interessante, devo admitir. O jogador tem o espírito da irmã da personagem que controla a guiá-lo para conseguir limpar a corrupção do mundo e assim tornar-se o The Lightbringer. A possibilidade de vermos este espírito como um espelho do mundo torna a aventura um pouco mais intrigante e, o mundo do jogo, tal como dito anteriormente é realmente belo. Porém, quando entramos mais a fundo no jogo, começamos a entender que não é bem assim.

As secções de plataformas são atrozes e a utilização de poderes de luz para controlar os quebra-cabeças e eliminarmos os nossos inimigos são divertidos durante os 10 primeiros minutos. Depois disso, tornam-se tão monótonos e, às vezes, ficamos presos em algumas secções do jogo sem saber bem o que fazer.

Torna-se assim um jogo que começa com uma ideia boa, mas, ao mesmo tempo, é algo que já foi visto tantas vezes e, nesta proposta, não existe nada de novo que convide os jogadores a ficar mais do que o tempo necessário. (Nota: 5/10)

Seguimos na secção de aventuras e vamos para o jogo que mais me desiludiu dos quatro que vos apresento. Falo de Skeletal Avenger, um jogo em que controlamos um esqueleto ao longo de várias cavernas cheias de inimigos.

Skeletal Avenger

A verdade é que, caso o leitor não saiba, jogos com esqueletos como personagem principal sempre me chamaram bastante à atenção, por culpa do clássico da PlayStation original, MediEvil. Quando peguei em Skeletal Avenger a minha ideia é que seria um jogo similar, mas com uma abordagem um pouco mais negra. Não poderia estar mais errado! Era apenas mais um roguelite.

Já disse inúmeras vezes que penso que seja um género que está a entrar em decadência devido à quantidade de jogos que saem do género por ano. Existem momentos divertidos com o nosso esqueleto sem nome, em que podemos até nos decapitar para atacar os nossos inimigos com ataques que dependem do chapéu que utilizamos, mas, ao mesmo tempo é sempre a mesma coisa.

Avançar, morrer, repetir. Isto até chegarmos ao final do jogo sem morrermos uma única vez porque escolhemos bem as armas e habilidades a utilizar daquela vez.

Portanto, este é aquele jogo que ficou aquém por ser mais do mesmo e porque se escolhermos ao calhas 10 jogos numa loja digital, 9 deles serão similares. (Nota: 3/10)

Por fim, e para fechar com chave de tudo menos ouro, temos Insomnis, um jogo de terror que parece ter sido mesmo lançado para a altura do Halloween, onde grande parte das companhias aproveitam para lançar jogos de terror apressados, para tentar render uns trocos.

Insomnis

Em Insomnis exploramos o castelo de Castevel (que nome original!), que era propriedade da avó do protagonista. Um castelo que esconde demasiados segredos e que tem uma atmosfera aterradora. Daqueles locais que, só de olharmos, dizemos que ali se passa um jogo ou um filme de terror básico. Neste caso, um jogo centrado na exploração e em resolver quebra-cabeças macabros.

Vá, não são assim tão macabros e metade da exploração que o jogador faz é apenas uma razão para existirem jumpscares que, ao fim de algumas horas de jogo, já sabemos mais ou menos onde irão acontecer. No entanto, devo dizer que, tanto a nível gráfico como em termos de atmosfera, o jogo consegue convencer bastante bem.

Especialmente porque o tom em que a história nos é contada assim o obrigado. Porém, acaba por ser só mais um jogo de terror, que tem uma atmosfera “agradável” para o género, mas que falha noutros níveis, especialmente técnico e na utilização do jumpscare barato. (Nota: 6/10)

Estão então apresentados alguns dos jogos que poderiam ter uma vida útil interessante, mas que, rapidamente vão cair no esquecimento por inúmeras razões, mas, essencialmente por serem mais do mesmo do que podemos encontrar por aí em qualquer loja digital.

 

Ficha técnica:

Destructivator SE (Nintendo Switch)

Desenvolvedor: Thalamus Digital

Editora: Thalamus Digital

The Lightbringer (PC, Nintendo Switch)

Desenvolvedor: Rock Square Thunder

Editora: Zordix Publishing

Skeletal Avenger (PlayStation 4, PlayStation 5, PC, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch)

Desenvolvedor: 10tons Ltd

Editora: 10tons Ltd

Insomnis (PlayStation 4, PlayStation 5, PC)

Desenvolvedor: Path Games

Editora: Path Games

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Verified by MonsterInsights