Jogos: Copycat – Análise
Copycat atinge-nos com uma narrativa emocionante e que nos faz querer viver na pele de um gato.
Jogo: Copycat
Disponibilidade: PC
Plataforma testada: PC
Estúdio: Spoonful Of Wonder
Editora: Neverland Entertainment, Nuuvem Inc, Spoonful Of Wonder
Quando comecei a jogar Copycat já tinha mais ou menos uma ideia do que estaria para vir, principalmente porque já tinha visto alguns vídeos com base na demo jogável que está disponível na página da Steam do jogo. No entanto, ainda me perguntava, como exploravam os temas de pertença, ciúmes e a ligação entre humanos e os seus companheiros felinos. No entanto, só ao jogar é que entendi realmente como os podíamos compreender.
Nesta aventura, vivemos na pele de Dawn, uma gata de abrigo que se está a adaptar à sua nova casa, apenas para ver a sua vida virada do avesso por um misterioso gato vadio que começa a ocupar o seu lugar. Começamos então a viver uma história emocional, capaz de deixar até o mais duro dos corações lavado em lágrimas.
No entanto, tenho a dizer que o jogo se destaca muito pela sua jogabilidade e identidade visual, principalmente pela forma como representa o comportamento dos companheiros felinos de uma forma bastante realista. O estilo de arte e animação desenhados à mão elevam a experiência, dando ao jogo uma sensação de livro ilustrado. Cada cena capta os movimentos delicados e graciosos dos gatos, misturando realismo com o charme artístico dos visuais. Isto é particularmente evidente na forma como tanto Dawn como o gato vadio se movem e interagem com os ambientes, melhorando a imersão para os jogadores que conhecem e amam gatos.
Além disso, o jogo destaca-se pela sua exploração da identidade e competição, oferecendo uma perspetiva única sobre a dinâmica entre um animal de estimação e um vadio, captando o sentido de isolamento e rivalidade de uma forma agridoce. A narrativa está repleta de altos e baixos emocionais à medida que o mundo de Dawn se desfaz, envolvendo-nos de uma maneira que é difícil de soltar.
No entanto, o ritmo de Copycat pode não agradar a todos. A sua narrativa em crescendo pode parecer repetitiva, especialmente para os jogadores que procuram uma jogabilidade mais tradicional, com ação ou resolução de puzzles. As mecânicas são simples, focando-se mais na exploração e na narrativa do que em desafios complexos. Isto torna o jogo mais uma experiência emocional do que um teste de habilidade, o que pode afastar alguns jogadores.
Por fim, não posso deixar escapar a oportunidade de comparar o jogo com Stray, outra aventura felina. Tenho plena noção que são jogos diferentes e abrangem públicos distintos, pois enquanto Stray se inclina para uma ficção científica distópica, Copycat enraíza-se numa narrativa doméstica e com que nos acabamos por relacionar, tornando-o uma experiência imperdível para os amantes de gatos que apreciam experiências mais lentas e orientadas pela história.
Em conclusão, Copycat é um jogo comovente e visualmente belo, que conta uma história cativante de ciúme, competição e identidade. A sua profundidade emocional e o design artístico fazem dele um destaque na cena indie, embora o seu ritmo mais lento possa não ser para todos.
Nota: 9/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.