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Mech Engineer: nostalgia e invasões extraterrestres

Mech Engineer
Mech Engineer

Mech Engineer: quando a Terra é invadida por uma horda de extraterrestres, cabe ao Central Comics pegar numa cidade andante, construir mechs e reconquistá-la em nome da humanidade.

Jogo: Mech Engineer

Disponível para: PC (Steam)

Plataforma testada: PC

Estúdio: KiberKreker

Editora: MicroProse Software

Sinopse de Mech Engineer

Mech Engineer é um jogo de ficção científica apocalíptica em que nos cabe montar, gerir e comandar mechs em batalhas semiautomáticas contra uma horda de alienígenas que invadiu e conquistou a Terra com as suas bioarmas.
Mech Engineer é um jogo de estratégia, gestão e simulação desenvolvido pela KiberKreker e é distribuído pela Microprose Software.

Análise TLDR de Mech Engineer

Se, para ti, os gráficos são muito importantes num videojogo e não estás com paciência para aprender a jogar algo com mais complexidade que Pong, então podes parar já de ler porque este jogo não é para ti. Se, por outro lado, consegues criar mundos inteiros na tua cabeça através de sugestões contextuais, sonoras e gráficas, além de que aprecias a complexidade de gerir a tua própria frota de robôs, então, tens aqui um mimo.

Mech Engineer é um jogo pesado para os olhos e que não se consegue aprender a jogar em 15 minutos, mas que me conseguiu arrastar para uma Terra que tenho de reconquistar a terríveis extraterrestres. Se bem que vem num formato diferente, as influências de XCOM: UFO Defense (adivinhem que é a editora) são óbvias — e isto são excelentes notícias, já que é um título considerado por muitos (incluindo eu) como um dos melhores jogos de sempre.

Último reduto.

História de Mech Engineer

Em Mech Engineer, assumimos o controlo de uma espécie de Arca de Noé da humanidade, num navio de produção industrial gerido por IA que criou uma cidade que acolhe a derradeira resistência humana a uma invasão extraterrestre que conquistou o planeta inteiro e o devastou.

Num futuro distópico, após uma experiência científica falhada, a Terra foi invadida e o navio atacado, afundando-se nas profundezas do Oceano Atlântico. A IA decidiu manter o navio no fundo do mar, reconstruindo-o como cidade andante, mas os recursos começam a esgotar-se e não existe outra opção que não regressar à superfície.

Agora, o plano é reconquistar o planeta e eliminar todos os extraterrestres, até ao último!

Jogabilidade de Mech Engineer

Tal como quando pedem à minha sogra para descrever a minha personalidade, comecemos pelos aspetos negativos de Mech Engineer.

O tutorial é nada mais, nada menos, que horrível. Diria mesmo, um dos piores que já vi. Não fosse este um jogo com alguma complexidade, e estaria tudo bem. Porém, falamos de um jogo em que temos de perceber o que estamos a fazer para progredir. A única opção para percebermos realmente o que está a acontecer é ler o manual. Só por isto, tenho a sensação de que muita gente nem vai tocar no jogo. O mesmo acontece com as explicações em geral no jogo: as tooltips são meio aleatórias, as descrições também e existem muitos elementos que não têm explicação — exceto, lá está, no manual. Tenho também de referir que não sou nada fã do sistema de guardar a nossa progressão no jogo. O jogo é guardado automaticamente e não podemos carregá-lo no ponto em que queremos, apenas no ponto em que ficamos, mesmo que tenhamos acabado de perder toda a nossa frota de mechs, ou tomado uma decisão horrível (e isto vai acontecer inúmeras vezes nas primeiras horas de jogo), tornando-o uma espécie de roguelike. Eu gosto de roguelikes, mas este é um jogo que exige muita gestão e preparação de pequenos detalhes, o que, sinceramente, se torna aborrecido de fazer repetidamente ao início, já que não existe grande variedade neste ponto de progressão.

Contudo, ao contrário da descrição da minha sogra, os aspetos positivos de Mech Engineer ultrapassam largamente os negativos.

O nível de personalização da nossa frota é excelente e proporciona uma ampla variedade de abordagens estratégicas e táticas. Podemos compor os nossos mechs à nossa maneira, desde reatores (que também construímos), armas, armadura, etc., e vê-los em ação. Isto permitiu-me mergulhar neste mundo e acreditar que estava mesmo a defender o último reduto da humanidade.

Variedade também é o termo certo para descrever os inimigos, com dezenas de criaturas diferentes, com as suas próprias armas e fraquezas que temos de explorar se queremos vencer. Não basta ter mechs poderosos, temos de ter o tipo certo de mech para combater mísseis, tiros, ataques de impacto e de outros tipos, além de que temos de ter mechs capazes de lutar à superfície, debaixo de água e sob o calor escaldante do deserto.

Os controlos não são fáceis de dominar ao início, mas quando percebi a ideia, achei muito adequada e faz todo o sentido neste jogo. As batalhas são semiautomáticas, no sentido em que só podemos dar ordens de X em X tempo e que são os nossos pilotos acabam por decidir o que fazem, podendo mesmo desrespeitar as nossas ordens.

E isto leva-nos a outros dois aspetos que apreciei muito — a gestão dos nossos pilotos (saúde, saúde mental, treino de combate e reação) e a gestão da reconstrução da cidade (temos de recolher recursos nas missões para podermos desenvolvê-la, assim como para produzir novos mechs e novas armas.

No geral, e após algumas horas de frustração, consegui dominar o jogo e cheguei à conclusão de que a jogabilidade é bastante imersiva e, principalmente, divertida.

Variedade.

Gráficos e som de Mech Engineer

Normalmente, não costumo dar grande relevância a esta secção num videojogo e faço-o apenas em casos especiais, e Mech Enginer é um caso especial.

À primeira vista, tanto os gráficos como som são, no mínimo, deploráveis. No entanto, para nós, gamers dos anos 90, ambos conseguem espoletar um verdadeiro sentido de nostalgia e, no meu caso, fizeram um trabalho perfeito em imersão.

A palete de cores é extremamente escura e os menus são confusos. Já o som e a música remetem para os filmes de ficção científica de série B do início dos anos 90.

Eu sei, parece mau (mesmo muito mau). Ainda assim, sem vos conseguir explicar com clareza, o conjunto funciona bem e, na minha humilde opinião, são um aspeto muito positivo no jogo. Talvez uma forma de explicar a minha opinião é pedir-vos que imaginem aquela pessoa que se veste sempre com trapos largos e só toma banho uma vez por semana, mas quando a veem na praia a sair da água, não conseguem deixar de soltar um sentido: “f***-se!”. Mech Engineer, para mim, está agora a sair da água e já arranjei espaço extra na minha toalha para se deitar ao meu lado.

À primeira vista, cocó… É um gosto adquirido!

Postas de pescada e um par de botas

Não hesito minimamente em afirmar que Mech Engineer não é para todos os gostos, seja pelos gráficos, som, complexidade ou dificuldade. Porém, para quem se lembra ou aprecia os gloriosos dias dos jogos de estratégia da Microprose, convido-vos a dar um mergulho neste muito divertido mar de nostalgia.

+++

Personalização, variedade estratégica e tática, profundidade, atmosfera, gráficos e som.

Tutorial horrível, pouca explicação no jogo em si, gráficos e som (erm… pois eu sei — é a tal história da pessoa sem estar na praia).

Personalização é o nome do jogo.

Classificação: 7,5/10

Mech Engineer está disponível no Steam pelo justíssimo preço de 12,49 €.

Para terminar, fica a dica indispensável: vão à praia!

Gameplay de Mech Engineer:

Trailer de Mech Engineer:

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