Annecy: premiada curta portuguesa
Uma notícia inacreditável: “Percebes“, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, ganhou o Prémio de Melhor Curta-Metragem em Annecy!
Com o mar e o Algarve urbano como pano de fundo, seguimos um ciclo completo da vida de um molusco especial, chamado “PERCEBES“. No percurso da sua formação até ao prato, cruzam-se diferentes contextos que nos permitem compreender melhor esta região e aqueles que nela habitam.
Este prémio tornou ainda mais marcante a presença de Portugal no festival. Este ano, Portugal foi o país homenageado em Annecy e, para celebrar o centenário da animação portuguesa, o Festival de Annecy apresentou sete programas de curtas-metragens portuguesas, que contaram com a presença de mais de 200 profissionais do sector e estudantes portugueses.
“O filme anterior de Gonçalves, O Homem do Lixo, no qual Ramires trabalhou enquanto animadora, competiu em Annecy, tendo ainda recebido o prémio a melhor curta-metragem em Zagreb em 2022. A curta-metragem de 2020 de Ramires, Elo, na qual Gonçalves trabalhou como animadora, foi exibida em competição em Zagreb e Toronto. Animado em 2D e produzido pelo BAP – Animation Studios e pela Ikki Films, Percebes exemplifica o maior sucesso da animação em Portugal até à data: curtas e longas-metragens ocasionais de grande ambição artística e interesse social.” – Jamie Lang (Variety).
Estas projeções deram ao público internacional a oportunidade de descobrir algumas das obras clássicas e contemporâneas da animação portuguesa, bem como o talento dos nossos artistas. Portugal esteve também representado em várias sessões e eventos ao longo do festival, incluindo um stand dedicado ao país e uma master class com Regina Pessoa, que também venceu o Prémio de Melhor Curta-Metragem em 2006 com “História Trágica com Final Feliz“ e o Prémio do Júri em 2019 com “Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias“. Regina Pessoa foi também convidada a criar a imagem do Festival pela segunda vez, tendo sido homenageada este ano com uma placa de bronze com as suas mãos para o futuro Passeio da Fama nas novas instalações que estão a ser construídas pelo Festival.
Esta edição contou ainda com a estreia mundial de “Amanhã não dão Chuva“, de Maria Trigo Teixeira (Perspetivas).
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.